O que é Sociologia - Carlos Benedito Martins

 

 

 

Nome da Instituição: Centro de Estudos Superiores Aprendiz

Curso: Direito

Disciplina: Sociologia

Aluno: Francisco Leitão Helena

Período:


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

MARTINS, Carlos Benedito, O que é Sociologia,

38ª Ed. – São Paulo Brasiliense, 1994,

(Coleção primeiros passos)

 

 

 

Carlos Benedito Martins, autor de “O que é sociologia”, é sociólogo, graduado e mestre em Ciências Sociais pela PUC de São Paulo, onde exerceu durante vários anos atividade docente. É doutor em Sociologia pela Universidade de Paris. É autor do livro Ensino Pago: um retrato sem retoque, publicado pela Global Editora. Organizou Ensino Superior Brasileiro: transformações e perspectivas atuais, publicado pela Editora Brasiliense e “O Público e o Privado na Educação Brasileira Contemporânea”. Atualmente exerce funções de docência e de pesquisa no Departamento de Sociologia na Universidade de Brasília (UNB), atuando nas áreas de Teoria Sociológica e Sociologia da Educação.

Na sua obra “O que é sociologia”, o autor divide a sociologia em três momentos, que são o surgimento, a sua formação e o seu desenvolvimento. De tal forma, apresenta a dimensão política da sociologia, a natureza e as conseqüências de seu envolvimento nos embates entre os grupos e as classes sociais.

O surgimento da sociologia se deu com a decadência do sistema feudal e da consolidação do capitalismo. Porém, é com a Revolução Francesa e a Revolução Industrial que ela ganhou uma consistência maior, já que se alterou a organização da vida social da época, criando-se novas concepções, não só no campo social, mas também nos campos financeiros, políticos e culturais. E com os ideais iluministas e do proletariado que assolavam a sociedade, a sociologia buscou manter o equilíbrio da sociedade adotando uma postura conservadora. É nesse contexto, que a sociologia ganha forma, pois aqueles que não possuíam os meios de produção começaram a utilizar o pensamento sociológico para travar as lutas entre as classes.

A diversidade existente na sociedade capitalista e as diferentes abordagens possibilitaram a formação de distintas sociologias. Prova disso, é a postura de Engels que viu de outro prisma a idéia de Saint-Simon. Sendo que, Saint-Simon acreditava que o progresso econômico do capitalismo contribuiria para a coesão social (positivismo), enquanto Engels viu nestas idéias, futuras idéias socialistas (socialismo), sendo contrária a postura adotada por Simon. Auguste Comte também se baseou no pensamento de Saint-Simon, e julgava necessário restabelecer a ordem juntamente com o progresso para a construção de uma nova sociedade mais equilibrada. Nesse contexto de ordem social, Durkheim se enquadrava também, e acrescentou que é de notória importância a divisão do trabalho na sociedade e considerava a ausência de regras estabelecidas como a causa da desorganização social.

E no socialismo, destacam-se Marx Weber e Engels, por realizarem a aplicação do materialismo dialético ao estudo dos fenômenos da sociedade. Weber acreditava que se deveria isolar a sociologia de movimentos revolucionários, já que não se tornava válido crer que a economia dominava os outros componentes da realidade social, como a política e a cultura. E ainda realizou estudos sobre a burocracia estatal e a importância da ética protestante para o sucesso do capitalismo. Portanto, esses pensadores contribuíram ao fornecer uma imagem da sociedade da época e facilitaram o entendimento da ligação existente entre a biografia dos homens e os processos históricos.

Embora o proletariado já estivesse se portando de maneira conservadora, a regulamentação da sociologia ainda não estava consolidada o bastante para inibir a produção intelectual. E foi nesse contexto que a sociologia vivenciou seu maior desenvolvimento. Outrossim, há a ascensão do regime totalitário em alguns países o que levou a perseguição de pensadores que criticavam o totalitarismo. Conseqüentemente, a fim de se evitar tais perseguições os pensadores saíram da Europa em direção aos Estados Unidos onde continuaram a desenvolver suas pesquisas.

Após a década de 50, foi atribuída uma nova função à sociologia: conter o avanço socialista. E os novos estudos empíricos impossibilitavam uma compreensão da vida social. Portanto, a sociologia nos dias atuais é uma ferramenta de ação ativa contra os valores e poderes vigentes, para que se possua uma sociedade igualitária e justa.